
AULAS PRÁTICAS NO ENSINO DE BIOLOGIA
A Bioquímica é uma ciência que estuda as transformações químicas que acontecem nas células dos seres vivos e que, por meio dos processos metabólicos, viabilizam a manutenção da vida. A abordagem do conteúdo de Bioquímica deve promover a integração das disciplinas Química e Biologia, explorando ideias e conceitos comuns às duas. Tal conteúdo faz parte do ciclo básico do Ensino Médio e também de cursos de algumas áreas do ensino superior (FRANCISCO JUNIOR, 2007).
A integração dos conteúdos (neste caso, Biologia e Química) é uma das alternativas para contornar a fragmentação do conhecimento e evitar uma visão reducionista das Ciências, o que permite uma abordagem dos assuntos com uma conexão mais direta com a realidade do educando (CORREIA, et al. 2004).
Trabalhar os conteúdos buscando criar uma relação mais estreita entre conhecimentos gerais e específicos é uma estratégia que minimiza a possibilidade de fazer uma abordagem muito superficial, que deve ser evitada, pois pode comprometer a aprendizagem. Essa estratégia demanda metodologias permeadas por questões atuais que devem ser desenvolvidas de forma contínua ao longo do ano letivo (MOURA, 2012).
Segundo Krasilchik (2004), aulas práticas têm como característica permitir uma intensa mobilização dos estudantes, a partir da manipulação de materiais e equipamentos, da observação de objetos e transformações, envolvendo-os em investigações científicas que podem favorecer o desenvolvimento de novas habilidades e a capacidade de resolver problemas.
Alguns autores consideram que o envolvimento dos estudantes em aulas práticas no ensino de Biologia é um fator de motivação para eles, em função de participarem como atores efetivos do processo de aquisição de conhecimento, podendo conduzi-los a uma aprendizagem efetiva e também edificar e consolidar valores essenciais ao trabalho colaborativo (POSSOBOM et al., 2003; FALA et al., 2010). Além disso, alguns autores, como Lima (2011), ressaltam a importância das aulas práticas no processo de ensino e de aprendizagem dos temas da Biologia, tanto do ponto de vista do educando como do educador.
De acordo com a literatura, a realização de aulas práticas de experimentação é uma estratégia didática eficiente para que o ensino resulte em aprendizagem efetiva, mas, para realizar uma aula experimental faz-se necessário, além de contornar limitações como turmas muito grandes e falta de estrutura e equipamentos, um planejamento detalhado, que vá além do conteúdo, propriamente dito. Por exemplo, é essencial saber qual o material necessário e a sua 16 disponibilidade, o tempo requerido resultados e os pontos essenciais a serem discutidos para subsidiar a compreensão do tema. Assim sendo, ter acesso fácil a um material contendo as informações básicas organizadas e apresentadas de forma clara e objetiva poderá dar suporte ao professor, facilitando o trabalho e exigindo-lhe menos tempo para planejar aulas experimentais. Também seria muito proveitoso poder contar com a colaboração de técnicos de laboratório para preparar e auxiliar na condução de aulas práticas, mas sabe-se que a maioria dos professores de escolas públicas não conta com este suporte técnico.
As informações compiladas nesse Manual pretendem dar suporte e mais segurança ao professor para aplicar e conduzir os experimentos apresentados, buscando minimizar algumas questões que poderiam surgir na montagem do experimento e na abordagem de alguns tópicos de Bioquímica, em particular no que diz respeito à diversidade de questões que podem ser levantadas pelos estudantes, como relatado por BIZZO (2009).