
ORIENTAÇÕES BÁSICAS PARA DESENVOLVER A ATIVIDADE EXPERIMENTAL
É fundamental que o professor esteja seguro quanto ao conteúdo a ser trabalhado na atividade experimental. Essa segurança trará a confiança necessária para desenvolver todas as etapas da atividade, estimulando o educando a discutir, colocar suas questões e propostas, tendo o suporte do conhecimento e da postura do professor. Pensando nisso, disponibilizamos nesse Manual a base teórica dos três temas abordados nos experimentos (Fotossíntese, Fermentação e Enzimas) e sugestões de fontes de consulta para aprofundamento nos temas. O livro didático também é uma boa fonte para revisão.
O professor precisa organizar o tempo que poderá ser disponibilizado na realização de cada uma das etapas do experimento, evitando que os alunos se dispersem e/ou fiquem ociosos. Isso garantirá um melhor aproveitamento do tempo disponível.
Os experimentos que compõem o Manual seguem um mesmo modelo de organização, inspirados nos trabalhos desenvolvidos por Carvalho (2019) e Sasseron (2013,2015). Este modelo é apresentado abaixo:
Título: Informa o tema a ser explorado no experimento.
Objetivo(s): Evidencia o que se pretende com a atividade experimental.
Problematização: Permite que o professor tenha uma noção do conhecimento prévio dos estudantes sobre o tema a ser abordado. Este tópico é utilizado para apresentar questão(ões) que motivem os estudantes a fazer novos questionamentos e, quem sabe, a levantarem hipóteses. Por tratar-se de alunos do Ensino Médio, é importante que o professor proponha as questões que farão parte da problematização, e observe se todos os alunos entenderam o que está sendo proposto. Observar a participação dos alunos também é um ponto a considerar, visto que alguns deles tendem a tomar as rédeas da discussão; eles não devem ser podados, mas o professor precisa instigar outros estudantes a apresentarem suas ideias. Nesse momento, o professor será mais um observador/mediador e deve ter cuidado para não revelar as respostas das questões propostas, fato que eliminaria toda a possibilidade de investigação por parte do aluno.
Materiais e Procedimento: Nessas etapas o professor precisa observar com atenção como os alunos estão realizando o procedimento experimental; os cuidados com a manipulação dos materiais/reagentes. Erros na manipulação, por exemplo na sequência de adição de reagentes, podem gerar resultados inesperados, que deverão ser considerados no momento da discussão. Essa etapa poderá dar condições aos alunos para pensarem em novas hipóteses.
Resultados Esperados: Coleta e análise de dados.
Discussão: Em cada experimento há sugestões de questões para o professor instigar os estudantes a pensarem no tema em experimentação, nos resultados obtidos e se há como tirar conclusões a partir dos mesmos. É o momento em que o professor, como mediador do processo educacional, terá a oportunidade de reforçar os aspectos que considera mais relevantes dentro do tema, chamando os alunos à reflexão, além de trazer à tona a importância da abordagem experimental com características investigativa. Ainda na discussão, é sugerido ao professor que retome os questionamentos da problematização para discutirem as hipóteses levantadas pelos alunos, confrontando as respostas preliminares dos estudantes com aquelas após a realização dos experimentos. Ao retomar a problematização é importante que, além da discussão das hipóteses, os alunos possam relatar por escrito o que foi apreendido, isso poderá realçar a construção pessoal do conhecimento.
Durante a análise e discussão dos resultados, os alunos deverão ser incentivados a expor para a turma os resultados obtidos e a ouvirem e considerarem os dados coletados pelos colegas; serem questionados com relação às evidências obtidas. Essa conduta poderá promover no aluno o desenvolvimento de atitudes científicas; é a passagem da ação manipulativa à ação intelectual (CARVALHO, 2019). É oportuno lembrar que nem sempre os resultados obtidos nos experimentos são os esperados. Às vezes um erro de manipulação (quantidade ou reagente, alteração na sequência de adição de substâncias que serão misturadas, etc.) pode levar a um resultado diferente. Neste caso, é oportuno e fundamental que o professor use bem o “erro”, conscientizando os alunos sobre o quanto é possível aprender analisando um resultado inesperado.
A realização de experimentos utilizando uma abordagem com características do ensino investigativo deverá refletir-se positivamente tanto no desempenho do professor, que é um dos principais atores na difusão do conhecimento científico, quanto no aprendizado dos estudantes, que estarão imersos em ambiente propício para pensar sobre a Ciência e, quando pertinente, a relacioná-la ao seu cotidiano. Esse cenário fértil poderá conduzir a um aprendizado profícuo e mais efetivo que poderá promover o interesse pelo tema em questão e também por temas correlatos. Como desdobramento dessa oportunidade do jovem participar da construção de seu conhecimento, poderão surgir, quem sabe.